domingo, 10 de maio de 2020

ADEUS, PIANTELLA.

Adeus Piantella. Mas começaremos tudo outra vez


Por Helena Chagas, no Divergentes e para o Jornalistas pela Democracia
"Hoje fui pela última vez ao Piantella. Fui buscar o retrato do meu pai, que nos últimos anos esteve na parede do restaurante, junto com tantos outros de políticos, jornalistas, personagens vivos e mortos de uma Brasília que se foi, clicados por Orlando Brito — e que ali estão à espera de serem resgatados por alguém. Junto com as cadeiras empilhadas, as mesas num canto, as últimas duas poltronas de couro do antigo bar aguardando o novo dono, o painel de Athos Bulcão ainda não vendido…
Penso que o amontoado de móveis e objetos prestes a serem descartados do que foi o principal ponto de encontro político da capital é hoje o símbolo mais adequado para o que estamos vivendo. Mais do que o saudosismo pelo fim de uma era — as eras acabam mesmo — , retrata um cenário de destruição. As mesas onde Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Thales Ramalho, Fernando Lyra e tantos outros se sentaram para tramar a operação que encerrou o regime militar e restabeleceu a democracia no país foram desmontadas. Ao que parece, hoje estão tão desconjuntadas como alguns dos valores, hábitos e comportamentos civilizados que permitiram ao país atravessar esse processo graças a um acordo entre adversários."

DO  BLOG  PITACOS DO  JC:

Somos  uma  sociedade   imediatista,  somo  aculturais,  não  gostamos do  ontem,  vivemos  só  o  hoje  e  seja  o  que  DEUS   quiser.
Grande  parte  após democratização, o  PIANTELLA ,  foi   a  casa  dos  encontros  da  política brasileira,  nomes  de gabarito,  homens  com perfis  democráticos,  do  diálogo, que na casa faziam os  caminhos  da  política brasileira.
Somos  uma sociedade  que não  guardamos  a  memória  de nossas  coisas,  muitos  acham  perda  de tempo, lembrar, guardar, juntar, velharias, de uma  época, a  nossa história.
Já diziam,  povo  sem  memória, não  tem  futuro.
Nós destruímos tudo,  tudo  vira  um  nada.  E  o  nada  não interessa.

NÃO  VAMOS AFROUXAR  O  GARRÃO,  A LUTA  CONTINUA.


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ONTEM....

Ontem caminhando pelas ruas altas e baixas da cidade... Meus passos quando pisava o solo, parecia que em mim algo me levava para algum lugar...