Adeus Piantella. Mas começaremos tudo outra vez
Por Helena Chagas, no Divergentes e para o Jornalistas pela Democracia
"Hoje fui pela última vez ao Piantella. Fui buscar o retrato do meu pai, que nos últimos anos esteve na parede do restaurante, junto com tantos outros de políticos, jornalistas, personagens vivos e mortos de uma Brasília que se foi, clicados por Orlando Brito — e que ali estão à espera de serem resgatados por alguém. Junto com as cadeiras empilhadas, as mesas num canto, as últimas duas poltronas de couro do antigo bar aguardando o novo dono, o painel de Athos Bulcão ainda não vendido…
Penso que o amontoado de móveis e objetos prestes a serem descartados do que foi o principal ponto de encontro político da capital é hoje o símbolo mais adequado para o que estamos vivendo. Mais do que o saudosismo pelo fim de uma era — as eras acabam mesmo — , retrata um cenário de destruição. As mesas onde Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Thales Ramalho, Fernando Lyra e tantos outros se sentaram para tramar a operação que encerrou o regime militar e restabeleceu a democracia no país foram desmontadas. Ao que parece, hoje estão tão desconjuntadas como alguns dos valores, hábitos e comportamentos civilizados que permitiram ao país atravessar esse processo graças a um acordo entre adversários."
DO BLOG PITACOS DO JC:
Somos uma sociedade imediatista, somo aculturais, não gostamos do ontem, vivemos só o hoje e seja o que DEUS quiser.
Grande parte após democratização, o PIANTELLA , foi a casa dos encontros da política brasileira, nomes de gabarito, homens com perfis democráticos, do diálogo, que na casa faziam os caminhos da política brasileira.
Somos uma sociedade que não guardamos a memória de nossas coisas, muitos acham perda de tempo, lembrar, guardar, juntar, velharias, de uma época, a nossa história.
Já diziam, povo sem memória, não tem futuro.
Nós destruímos tudo, tudo vira um nada. E o nada não interessa.
NÃO VAMOS AFROUXAR O GARRÃO, A LUTA CONTINUA.
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