quinta-feira, 29 de abril de 2021

UMA NOITE FRIA

A noite avança a procura da madrugada, está frio nesse finzinho de abril que corre a galope para chegar a maio.
Maio mês das mães ..das noivas, é a tradição que vem de longe mas tudo isso faz parte de nossas  tradições.
O frio se junta  com o vento que assovia uma canção de ninar.
Me vem imagens que cruzaram meu caminho, e estão aprisionadas  dentro de mim.
Sinto que dentro de mim um alvoroço se manifesta em forma de lembranças que estão vivas em meu ser, intactas como um rochedo que não se dobra aos açoites das ondas do mar.
Sinto e escuto um cavalo mouro que na coxilha  relincha como procurando seu dono que se perdeu nesse mundão de terras do campo gaúcho.
O vento canta nas canhadas  um canto triste  que é observado pela Lua que aparece maravilhosa com o seu brilho de prata , prateando a cor da noite..
E eu resmungo dentro de mim lembranças trazidas por uma tropa de cavalos que me despertam em meus cantinhos de minha memória e coração e revivo esse momento vivo como um presente que a vida lá atrás me deu e vivi com toda intensidade.
Num canto de olho, olhando para o céu de Deus, dou um vistaço para ver se enxergo a Estrela boeira que  vejo rebolando seu recavem num baile junto as outras estrelas que irradiam uma alegria que me contamina todo o meu ser.
No verde da montanha que circunda a Santa Maria da Boca do Monte, um bando de vagalumes com seus pisca-piscas ligados lembrando luzes de um natal distante.
Esse vento norte da cidade universitária famoso em todo Rio Grande,guasqueia  em meu corpo na lembrança de madrugadas em invernias de antanho.
É noite...ela caminha... não pára. Estou ansioso, um amontoado de pensamentos...um medo que caminha junto com a noite.
O sono não dá a sua cara tento esconder, disfarçar para não dormir.
O rádio ligado numa estação   de música gaúcha me acompanha para fazer companhia. 
Me ajeito na cama.. é hora de amansar  o peito que na noite trás...saudades ... lembranças...que o tempo esculpiu.


Não vamos afrouxar o garrão, a luta continua.
 

 

Um comentário:

ONTEM....

Ontem caminhando pelas ruas altas e baixas da cidade... Meus passos quando pisava o solo, parecia que em mim algo me levava para algum lugar...