Lembro dos natais quando guri, minha carretinha de boizinhos, verde e marrom, meus times de botão, pra jogar com meus amigos, a bola que todo guri gosta de ganhar...as bolitas coloridas..e outros mais.
Depois adulto, o mundo nos leva para fora de nossa família, mas o meu coração nunca saiu , e continua como um eterno presente que eu recebi.
Passar com meus pais, irmãos, aquele momento de encanto, de reflexão de vida, eu sempre gostei
Minha mãe Cely, me ligava sempre ,se eu ia passar o natal lá em São Gabriel, as vezes eu brincava com ela que não ia poder ir, ela ficava com sua voz embargada, mas era só conversa mole minha..com certeza eu ia.
Ver minha mãe com sorriso nos olhos, pra mim era tudo.
Ela gostava de montar sua árvore de natal, e enchia a mesma de presentes, para todos, até para aqueles vizinhos mais chegados, parentes .
Eu sempre fui avesso a presentes nessa época, mas sei é uma tradição humana .
Na ceia de natal, eu " ralhava" vê se pode isso, minha mãe era exagerada, era na mesa, peru, lombinho de porco, farofa, carnes de todo tipo,saladas, tudo que possamos imaginar, ah ..vinho tinha, minha bebida preferida,cerveja, espumante e refrigerantes.
Aquela árvore colorida com suas luzinhas, brilhando, piscando, em alguns natais, minha mãe, pôde ver tudo isso. .depois com a doença, ela perdeu a visão, por causa do diabetes .
Dizia que " ralhava" com minha mãe pelos exageros da mesa, e ela prontamente me dizia, " filho eu gosto , nada irá fora, eu vou doar o que não for consumido".
Minha mãe, era uma mulher amiga, de um coração grandioso, o que mais eu notava era sua capacidade de agregar.
Ela sempre me perguntava , "filho o que você quer de natal"?
Respondia, que não queria nada, apenas estar junto dela e de todos, que ela sabia o que eu pensava.
Meu pai Getúlio, não era avesso as datas de natal.
Ela sabia que eu tinha minha simplicidade , meu jeito .
Andava de tênis, calça jeans, camisa pólo .
E quando ela mandava eu pegar meu presente na árvore de natal..tinha lá... tênis, calça jeans, camisa pólo...e dizia..." Sei do que você gosta".
Não posso esquecer de dizer que quando eu ia a São Gabriel minha mãe entrava em contato com minha amada tia Malvina, encomendando doces maravilhosos que ela fazia, doce de batata doce, doce de laranja, pêssego, tia Malvina era craque em fazer doces.
Mãe, é tudo, é o nosso anjo pra toda vida, é amor total.
Eu,teve um natal, bah..fazia um calor daqueles, e eu a pedido da mãe, pra me vestir de Papai Noel...me senti um bonito Papai Noel..
Daqui uns dias o Natal bate as nossas casas.. será uma oportunidade rara de dizer que amamos os nossos, pois, nessa PANDEMIA, que assola o mundo..nos colocará naquela vontade de abraçar , beijar, acarinhar mas esse desejo , essa vontade teremos que brecar em forma de amor..para com os nossos.
O que quero nesse Natal?
Ah...eu quero saúde...quero vacina... quero que o amor seja tudo em todos nós...seja qual for o amor.
Natal é simplesmente amor.. espalhar,compartilhar os mais velhos sentimentos que eu acredito que todos nós temos.
Eu quero paz no mundo..fraternidade..
Simplesmente ... só amor... saúde.
FELIZ NATAL..OH..OH..OH..!
Não vamos afrouxar o garrão a luta continua.
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