quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

OS DOCUMENTOS DA A&M, DE QUE MORO É SÓCIO, ATESTANDO QUE TRIPLEX ERA DA OAS

FONTE: UOL NOTÍCIAS
REINALDO AZEVEDO 
COLUNISTA DO UOL
02/12/2020
07h43

Documentos da A&M, de que agora MORO é sócio , atestam que triplex de Guarujá, no edifício Solaris, pertencia `a OAS, não a Lula. Um é de 2016, e o outro de 2017. Defesa do petista apresentou os dois ao então juiz Sérgio Moro, que deu de ombros. Será que ainda hoje ele não confia na empresa de que agora é "sócio-diretor"?
Lembremos de novo: a empresa de que Sérgio Moro  agora é sócio, a Alvarez & Marsala, respondeu pela recuperação judicial da OAS - que também foi `a  lona `a esteira  da Lava Jato.A empreiteira está no centro do processo que levou  o ex-presidente Lula `a cadeia. A sandice é tal , já chego lá, que o Moro inventou  até a delação premiada informal de Leo Pinheiro, ex-presidente da empresa.
Em uma petição enviada ao então juiz Sérgio Moro no dia 19 de abril de 2017,a defesa de Lula exibia dois documentos demonstrando que o tal  triplex de Guarujá não pertencia ao ex-presidente. Era, na verdade, propriedade da OAS. E quem é que listava o imóvel  como patrimônio da empreiteira? Ninguém menos do que a ALVAREZ & MARSAL, empresa  de que Moro agora é sócio honrado e acima de qualquer suspeita. Isso está devidamente documentado.
O então juiz deu de ombros para a evidência e julgou a causa como se o imóvel pertencesse ao líder petista.
Ou por outra: ele não acreditou no que certificava a A&M. Moro desconfia  do clube que o aceita como membro. Ele condenou Lula `a cadeia por ter recebido como propina um apartamento que não era seu segundo atestam os agora sócios do ex-juiz.
Poucos se lembram do que Léo Pinheiro fez dois acordos de delação premiada. Um primeiro foi anulado por Rodrigo Janot sem explicação clara. Alegou-se descontentamento  com vazamentos. Não se sabe o que continha, mas se sabe que ele acusava Lula.
No dia 20 de abril de 2017, no entanto, em depoimento a Moro, fora do ambiente de delação. Pinheiro falou  o que a força -tarefa queria que ele falasse: disse que a reforma do tal triplex seria um prêmio da empreiteira dado a Lula como fração de recursos desviados da Petrobrás, que existiriam numa contabilidade informal. Não há um miserável documento que ateste isso.
E, acreditem, magicamente, as negociações  para a segunda delação de Pinheiro recomeçaram dois meses depois. Em diálogos revelados pela Vaza Jato, o próprio Deltan Dallagnol expressou a preocupação de que as coisas  fossem vistas segundo aquilo que eram. Vale dizer: ele achava  que o acordo de delação de Pinheiro seria entendido " como um prêmio pela condenação de Lula'. Eis o melhor retrato da delação premiada no Brasil.
Pergunta : será que, hoje, Moro acredita  na palavra da empresa  de que ele é sócio diretor? Ou ainda : será que, agora  como empresário com ganhos milionários, ele espera que juízes façam como ele fez e ignorem o que certifica a A&M?

Não vamos afrouxar o garrão, a luta continua.




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