"Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só
amando de uma só vida''
– Mia Couto, em “Raiz de orvalho e outros poemas”. Lisboa: Editorial Caminho, 1999.
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
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