Às vezes me imagino na terra nordestina caminhando pela caatinga sentindo esse sol inclemente que por onde passa, deixa seu rastro de poeira, que penetra a pele do caminhante.
O céu azul, e limpo contrastando com os bichos que passam procurando seu alimento pra não morrerem de fome e sede.
Ao longe visualizo um homem, caminhando sob uma terra calcinada com seus passos lentos, cansados dessa intempérie imposta pela natureza, tantas vezes castigada pelo homem. Ele pára, e só pede água, a água que nesse clima é o melhor remédio pra suavizar aquela vontade de dar umas goeladas para nutrir e tentar ao menos se recompor, pois a caminhada é longa, é farta de sacrifícios que o corpo terá que percorrer por léguas de solidão, tendo como companhia o sol abrasador do sertão.
Nessa imensidão de lonjuras os pensamentos caminham acelerados, parecendo que não vai dar tempo pra chegar ao ponto de chegada.
Por instantes, escuto cascos de matungos pisoteando a terra ardente, como querendo fugir da inclemencia do clima ...quanto mais escuto sinto que não chegam até mim.
Não eram cascos sulcando a terra dura, e sim, meus delírios misturados com essa imensidão de terra judiada mas valente !
Há tempo sim da chuva que logo virá pra beijar a terra com sede pra numa comunhão da natureza vir a benção em gotas da chuva esperada e aguardada. Enfim...!
Não vamos afrouxar o garrão, a luta continua.
Nenhum comentário:
Postar um comentário