PENSEM NISSO ENQUANTO EU VOS DIGO ATÉ AMANHÃ.
"O meu primeiro ato pós-votação na Câmara é a proposta de um pacto, de uma nova repactuação sem vencidos nem vencedores”, afirmou Dilma Rousseff, quatro dias antes de deputados votarem seu afastamento. A fala da presidente reflete a necessidade de reconciliar o Brasil, hoje dividido em um Fla-Flu partidário que pouco ou nada ajuda a enfrentar a grave crise econômica. “Precisamos ordenar e qualificar o conflito”, afirma o cientista político Marco Aurélio Nogueira. “A atitude mais otimista agora é procurar informações mais qualificadas. Não ficar só nas redes sociais e conseguir escutar o que o outro diz no almoço de domingo”, diz o filósofo Luiz Felipe Pondé. Os dois expuseram suas opiniões sobre a polarização política no Debates e Provocações – ÉPOCA/FAAP, evento transmitido pela internet e com entrada gratuita, promovido na terça-feira (26), com mediação de João Gabriel de Lima, diretor de redação de ÉPOCA. Eis abaixo as principais questões do debate:
O acirramento político se deve a intolerância dos debatedores ou a falta de lógica dos argumentos?
“Não sei se há muita intolerância ou se há muita ignorância em relação aos argumentos que precisam ser mobilizados para se instituir um espaço público democrático e inteligente”, diz Nogueira. Ele afirma que o país progrediu politicamente, desde a Constituição de 1988, mas carece de renovação. “Parece que o estoque de ideias que temos para desenhar o futuro do país está se desfazendo”.
Para Pondé, a carência de ideias está ligada, também, à crise do Partido dos Trabalhadores (PT): “A inteligência que discute o Brasil que deveria existir, com melhores condições econômicas e menos sofrimento social, esteve gravitando ao redor do projeto do PT e guardava expectativas associadas a ele. No momento que o partido entra em crise e agonia, a produção de ideias é afetada.”
“Não sei se há muita intolerância ou se há muita ignorância em relação aos argumentos que precisam ser mobilizados para se instituir um espaço público democrático e inteligente”, diz Nogueira. Ele afirma que o país progrediu politicamente, desde a Constituição de 1988, mas carece de renovação. “Parece que o estoque de ideias que temos para desenhar o futuro do país está se desfazendo”.
Para Pondé, a carência de ideias está ligada, também, à crise do Partido dos Trabalhadores (PT): “A inteligência que discute o Brasil que deveria existir, com melhores condições econômicas e menos sofrimento social, esteve gravitando ao redor do projeto do PT e guardava expectativas associadas a ele. No momento que o partido entra em crise e agonia, a produção de ideias é afetada.”
Vai ter golpe?
Nogueira afirma que chamar o impeachment de "golpe" é uma forma de distorcer o debate, pela carga passional que o termo carrega e por estar associado, no Brasil, a ditaduras. “Criou-se a figura do golpe para enfraquecer a figura do impeachment. Uma parte grande da opinião pública brasileira acha que o país está enveredando por uma linha que, no limite, vai levar à ditadura. A discussão vai para um caminho de cegueira, não de clarividência.”
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.
Nogueira afirma que chamar o impeachment de "golpe" é uma forma de distorcer o debate, pela carga passional que o termo carrega e por estar associado, no Brasil, a ditaduras. “Criou-se a figura do golpe para enfraquecer a figura do impeachment. Uma parte grande da opinião pública brasileira acha que o país está enveredando por uma linha que, no limite, vai levar à ditadura. A discussão vai para um caminho de cegueira, não de clarividência.”
Pensem nisso enquanto eu vos digo até amanhã.