Estar em São Gabriel, num momento difícil nos faz sim, pensar o quanto somos frágeis..pequeninos diante da dificuldade do ocaso.
Hoje com minha tia Malvina, passou um filme longo que transcorria célere, sobre meus pensamentos...e minhas retinas . Meus tempos de guri que montado numa taquara fazia desta, o meu cavalo de meus sonhos, sonhos solto das patas que atravessava as coxilhas dos meus tempos de guri.
Percorria uma energia no meu corpo e uma sensação estranha vendo ao meu lado a minha tia...frágil...pequenina...com voz fraquinha...com lampejos de lucidez devido a doença de Alzheimer, minha inconformidade com essa realidade me machucava forte...me dilacerava o meu eu. Quando o som de sua voz fraquinho saia de sua boca, muitas vezes não entendia mas eu sabia o esforço dela para tentar dizer coisas.
Coisas de vida..até do meu doce de figo prometido a mim...até de suas lembranças que estavam com ela, ouvia ela pronunciar o nome de minha mãe Cely, Julinho. Uma emoção muito forte abateu em mim.
Nesse instante meu coração perguntava : - Por que a vida nos impõem esse trajeto?
O meu eu, chora por dentro lágrimas de uma saudade que lá atrás vivemos...e hoje a beira de sua cama uma emoção toma conta de mim.
Uma mulher frágil...pequenina mas gigante..guerreira na sua vida, pelos seus e exemplos de amor .
Tenho gratidão eterna a minha tia Malvina amada, por mais que eu dissesse a ela seria muito pouco o muito que devo a ela por tudo.
Muitas coisas em mim se passou nesse 17/12/22, ali naquele momento eu queria ter poderes de um Deus...apenas por um instante mágico, ou de um super-homem mas não tenho...apenas um ser humano comum...com seus erros e acertos, queria sim, ela bem.
Aos 88 anos de sua idade ver minha tia, exemplo de dedicação, e exemplo de carinho a todos que a conhecem..me deixou muito triste e pergunto: Ah a vida! São tantos sentimentos.. que não sei definir.
Sinto-me com o coração doido...apertado.
Por dentro tento discarçar meu choro lágrimas que começam a pingar em mim e me lambuzar.
Pensando mil coisas e não me conformando. Por que?
Ao sair do quarto indo em direção ao pátio vejo a figueira tomada de figo e não me contendo digo a Miele que levarei alguns para Santa Maria.
Minha tia sempre fazia doces pra mim quando eu ia a São Gabriel.
Obrigado a todos os corações de bondade e amor que cuidam com carinho e dedicação de minha tia.
Aqui timbrando palavras...um agradecimento que preciso fazer e externar.
A Miele..neta, iincansável..um coração enorme de dedicação e amor cuidando muito bem de minha tia..seu esposo Douglas sempre apoiando em tudo, Paulinho, seu neto...amoroso e também sempre ajudando a cuidar da tia que sempre chama de mãe, assim como a Mara Lídia sempre presente..perto.. ajudando nossa tia Malvina.
Digo, há pessoas diferenciadas que tem no amor ao próximo, carinho..respeito que nos fazem pensar..o mundo com essas pessoas fazem a gente acreditar num mundo melhor. Amor e gratidão é tudo.
Obrigado a vocês..por cuidarem e cuidam de minha tia com esmerado carinho.Essa doação de pleno amor enfrentando dificuldades tantas de toda a hora, dando o seu melhor não tem preço.
O nome disso é amor ! Amor pleno ao próximo que cada coração entrega a minha tia.
A gente sempre tem que ter fé, pois
a fé remove montanhas e espero que ela, minha tia, possa melhorar sua saúde.
Não vamos afrouxar o garrão, a luta continua.
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