segunda-feira, 23 de maio de 2016

DILMA : GRAVAÇÃO ESCANCARA O GOLPE

DEMOCRACIA ROUBADA

Democracia roubada. Um país enganado e humilhado

Derrotados sucessivamente nas urnas e envolvidos em escândalos negligenciados pela mídia e pelo Judiciário, eles deram o golpe. E representam uma ameaça aos direitos trabalhistas e às políticas sociais
por Redação RBA publicado 20/05/2016 11:03
MARCELLO CASAL/AGÊNCIA BRASIL
Posse de Temer
Antes de o golpe se consumar, pesquisas de opinião já apontavam grande rejeição a um comando de Temer. Não é para menos
Para o semanário alemão Die Zeit, o afastamento de Dilma Rousseff foi “declaração de falência do Brasil”. No mesmo país, o site do jornal Der Spiegel, sob a manchete “Um país perde”, observou que o drama em torno da presidenta “é um vexame”, e que os políticos brasileiros apresentaram um “espetáculo indigno a prejudicar de forma duradoura as instituições e a imagem do país”.
No The Guardian, os ingleses leram, sobre Dilma: “Traída por seu companheiro de chapa, condenada por um Congresso contaminado por corrupção e insultada pelo abuso que sofreu como prisioneira da ditadura militar, sofreu um grande golpe”.
O afastamento de um governo por meio de impeachment sem crime é apenas uma face do golpe que humilhou o Brasil. A outra será o pesadelo representado pelo “novo” governo. A temporada de terror com objetivo de inviabilizar o projeto eleito em 2014 começou ainda na eleição, acirrou-se durante os 131 dias de segundo mandato e culminou com a imposição de um governo ilegítimo.
Montada pelos partidos conservadores – sem voto para eleger presidente, mas com farto patrocínio para dominar o Legislativo – com a cumplicidade de setores do Judiciário, a aventura golpista impõe um programa derrotado. Com a tradicional parcialidade da imprensa comercial, o tema da corrupção em breve será esquecido tão logo se esgote a caça aos petistas.
Antes de o golpe se consumar, pesquisas de opinião já apontavam grande rejeição a um comando de Temer. Não é para menos. Em outra investida da imprensa estrangeira, a britânica BBC levantou sua ficha.
Foi citado por delatores da Lava Jato, que apontaram relações do ex-vice com pessoas e empresas que participaram do esquema de corrupção na Petrobras, como as empreiteiras OAS e Camargo­ Corrêa. Nesta, aliás, segundo a BBC, a Polícia Federal encontrou em outra operação, Castelo de Areia, documentos que citam 21 vezes o nome de Temer ao lado de quantias que somam US$ 345 mil. Nem esta operação valeu para o Superior Tribunal de Justiça, nem a Procuradoria-Geral da República pediu investigação ao Supremo Tribunal Federal.
O Tribunal Superior Eleitoral também não admitiu incluí-lo nas quatro ações que o PSDB moveu para tentar cassar Dilma. Tampouco o ex-presidente da Câmara aceitou a cumplicidade do ex-vice nas “pedaladas” que assinou quando substituiu a titular. E nem mesmo a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo que o julgou ficha-suja por irregularidades que praticou em campanhas eleitorais de correligionários atrapalhou sua posse.
A aliança formada para dar sustentação ao golpe também não é lá modelo de confiabilidade. Quase todos os partidos que infernizaram os governos Lula e Dilma por dentro, como integrantes da “base aliada”, indicaram nomes ao “novo” ministério e permanecem governistas. Com o agravante reforço da dupla PSDB-DEM, responsável pela cartilha neoliberal nos anos 1990.
Assim, o que esperar de nomes como Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça – e portanto no comando da Polícia Federal? Aos inimigos, perseguição; aos amigos, como Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Beto Richa – que têm em comum a plumagem tucana e gestões envoltas em denúncias não investigadas de roubalheira –, blindagem.
Na dúvida, falam por si sua atuação como secretário da Segurança Pública de Alckmin em São Paulo, estado onde o genocídio de jovens negros e pobres espanta o mundo e a repressão a movimentos sociais e da juventude lembra os piores momentos da ditadura. Ou como advogado de clientes que vão de membros do PCC a Eduardo Cunha.
Além do fato de que 350 deputados, 60 senadores e seis integrantes da equipe ministerial de Temer têm o nome envolvido em alguma investigação, as figuras de ­José Serra no Ministério das Relações Exteriores, Henrique Meirelles na Fazenda e Romero Jucá no Planejamento não trazem bons presságios.
O primeiro é um dos mentores das privatizações durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, e está presente em denúncias de negócios impuros jamais investigadas, reunidas a fundo no livro-reportagem A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Júnior. Defensor da entrega do pré-sal a companhias estrangeiras, sua história o levou a perder duas eleições presidenciais, em 2002 e em 2010. Sua indicação significa distanciamento dos Brics, da América Latina e da África. E a volta à subordinação aos Estados Unidos.
Meirelles comandou o Banco Central durante quase toda a era Lula. É adorado no mercado financeiro, recusou cargo no segundo governo Dilma (agora se sabe por quê) e deve começar a colher nos próximos meses os frutos do ajuste fiscal que minou a popularidade da presidenta afastada. Os primeiros deles, a queda da inflação e da taxa de juros. O banqueiro é quer reforma previdenciária que eleve o limite de idade, reforma trabalhista e não aprecia a política de valorização do salário mínimo.
Jucá é referência da bancada ruralista. Foi líder do governo que traiu no Senado, tentou o quanto pôde alterar a conceituação de trabalho escravo e transferir do Executivo para o Legislativo a prerrogativa sobre demarcação de terras indígenas. Foi cúmplice das “pedaladas” que derrubaram Dilma e terá como colega na Esplanada o sojicultor e bilionário Blairo Maggi, ávido “ativista” pelo fim do licenciamento ambiental.
Estão, enfim, recompostas as forças políticas que durante a era FHC fizeram do desemprego, do arrocho salarial e dos ataques aos direitos dos trabalhadores as âncoras da estabilidade econômica sem distribuição de renda e da política fiscal sem desenvolvimento. De volta ao poder, sem voto, e prontas para voltar à carga. O cenário exigirá dos movimentos sindical e sociais, e partidos ligados a causas populares, ampla unidade para organizar a resistência aos retrocessos.
Estão aí os renovados movimentos da juventude por educação e cidadania a servir de exemplo. Sem perder de vista a mobilização da sociedade de ocupar todas as frentes de ação – no Parlamento, na Justiça e nas ruas – para que a ordem democrática se restabeleça nesses 180 dias derradeiros para que a presidenta eleita retome seu devido lugar"
Pensem   nisso  enquanto  eu vos digo  até amanhã.

UM GOLPE DOS CORRUPTOS

O golpe foi visto do espaço

"Eu não acreditava em disco voadores.
Passei a acreditar.
Dados de um OVNI indicam que o golpe foi visto do espaço.
Marcianos estão impressionados com a gravação desta conversa de Romero Jucá.
Nela, até ministros do Supremo Tribunal Federal são citados como jogando o jogo.
Segundo Juca, o importante é um pacto para barrar a Lava Jato.
O interlocutor de Jucá só queria escapar de Moro e permanecer no STF.
Será tudo invenção dos marcianos?
*
SÉRGIO MACHADO – Mas viu, Romero, então eu acho a situação gravíssima.
ROMERO JUCÁ – Eu ontem fui muito claro. […] Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?
MACHADO – Agora, ele acordou a militância do PT.
JUCÁ – Sim.
MACHADO – Aquele pessoal que resistiu acordou e vai dar merda.
JUCÁ – Eu acho que…
MACHADO – Tem que ter um impeachment.
JUCÁ – Tem que ter impeachment. Não tem saída.
MACHADO – E quem segurar, segura.
JUCÁ – Foi boa a conversa mas vamos ter outras pela frente.
MACHADO – Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de segunda instância], vai todo mundo delatar.
JUCÁ – Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a Odebrecht vão fazer.
MACHADO – Odebrecht vai fazer.
JUCÁ – Seletiva, mas vai fazer.
MACHADO – Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que… O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.
[…]
JUCÁ – Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. […] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra… Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.
[…]
MACHADO – Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
JUCÁ – Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. ‘Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha’. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
JUCÁ – Com o Supremo, com tudo.
MACHADO – Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ – É. Delimitava onde está, pronto.
[…]
MACHADO – O Renan [Calheiros] é totalmente ‘voador’. Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não.
JUCÁ – Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem.
*
MACHADO – A situação é grave. Porque, Romero, eles querem pegar todos os políticos. É que aquele documento que foi dado…
JUCÁ – Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura, que não tem a ver com…
MACHADO – Isso, e pegar todo mundo. E o PSDB, não sei se caiu a ficha já.
JUCÁ – Caiu. Todos eles. Aloysio [Nunes, senador], [o hoje ministro José] Serra, Aécio [Neves, senador].
MACHADO – Caiu a ficha. Tasso [Jereissati] também caiu?
JUCÁ – Também. Todo mundo na bandeja para ser comido.
[…]
MACHADO – O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.
JUCÁ – Todos, porra. E vão pegando e vão…
MACHADO – [Sussurrando] O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da Câmara? [Mudando de assunto] Amigo, eu preciso da sua inteligência.
JUCÁ – Não, veja, eu estou a disposição, você sabe disso. Veja a hora que você quer falar.
MACHADO – Porque se a gente não tiver saída… Porque não tem muito tempo.
JUCÁ – Não, o tempo é emergencial.
MACHADO – É emergencial, então preciso ter uma conversa emergencial com vocês.
JUCÁ – Vá atrás. Eu acho que a gente não pode juntar todo mundo para conversar, viu? […] Eu acho que você deve procurar o [ex-senador do PMDB José] Sarney, deve falar com o Renan, depois que você falar com os dois, colhe as coisas todas, e aí vamos falar nós dois do que você achou e o que eles ponderaram pra gente conversar.
MACHADO – Acha que não pode ter reunião a três?
JUCÁ – Não pode. Isso de ficar juntando para combinar coisa que não tem nada a ver. Os caras já enxergam outra coisa que não é… Depois a gente conversa os três sem você.
MACHADO – Eu acho o seguinte: se não houver uma solução a curto prazo, o nosso risco é grande.
*
MACHADO – É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma…
JUCÁ – Não, esquece. Nenhum político desse tradicional ganha eleição, não.
MACHADO – O Aécio, rapaz… O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB…
JUCÁ – É, a gente viveu tudo.
*
JUCÁ – [Em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ‘ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca’. Entendeu? Então… Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.
MACHADO – Eu acho o seguinte, a saída [para Dilma] é ou licença ou renúncia. A licença é mais suave. O Michel forma um governo de união nacional, faz um grande acordo, protege o Lula, protege todo mundo. Esse país volta à calma, ninguém aguenta mais. Essa cagada desses procuradores de São Paulo ajudou muito. [referência possível ao pedido de prisão de Lula pelo Ministério Público de SP e à condução coercitiva ele para depor no caso da Lava jato]
JUCÁ – Os caras fizeram para poder inviabilizar ele de ir para um ministério. Agora vira obstrução da Justiça, não está deixando o cara, entendeu? Foi um ato violento…
MACHADO –…E burro […] Tem que ter uma paz, um…
JUCÁ – Eu acho que tem que ter um pacto.
[…]
MACHADO – Um caminho é buscar alguém que tem ligação com o Teori [Zavascki, relator da Lava Jato], mas parece que não tem ninguém.
JUCÁ – Não tem. É um cara fechado, foi ela [Dilma] que botou, um cara… Burocrata da… Ex-ministro do STJ [Superior Tribunal de Justiça]."
Pensem  nisso  enquanto  eu  vos digo  até amanhã.

THE NEW YORK TIMES REPERCUTE A ARMAÇÃO DO GOLPE NO BRASIL

O GOLPE PODE SER REVERTIDO

23 de Maio de 2016

:
"O governo interino de Michel Temer surgido da conspiração por meio de um golpe de Estado, conduzido por agrupamentos conservadores, retrógrados e fascistizantes, só podia ser horrível – não deu outra. Deslindou uma virada à direita, que traz a opacidade dos tempos sombrios da nossa história, revelando-se por inteiro e de forma acelerada. Espelha a cara da trágica Sessão da Câmara do dia 17 de abril, já de triste memória, que deu a arrancada para o golpe.
Governo interino, imposto como definitivo
Este governo interino procura desenfreadamente desmontar o que encontra de feição democrática, desenvolvimento social e avanço progressista. Esta é a causa comum de um governo formado por grupos heterogêneos, retrógrados, revanchistas. O curso golpista iniciou-se por uma conspiração, logo após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, passou pela busca de convergência operacional, a via a ser seguida, e conformou uma coalizão que se uniu pelo impeachment da presidenta da República, sendo a forma institucional encontrada para encobrir o golpe de Estado.
Esse processo de impedimento fraudado, na sua causa e na sua origem, teve sua voz cantante entoada pelo PSDB e como agente deflagrador o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, expressão da direita atual, montado no apelidado "Centrão" (composto por mais de 200 deputados), agora chamado "Frente Ordem e Progresso" (sic), sob seu domínio e controle. Todo consórcio oposicionista anti-Dilma e antagônico à "era Lula" se valeu desse inestimável serviço sujo para responder ao seu desiderato, valendo-se assim de um exímio calculista das negociatas políticas, que, em contrapartida, tudo fazia e faz para se blindar de múltiplos processos judiciais no seu lombo, na PGR e no STF.
Seguindo essa trajetória pode-se destrinchar a resultante dessa trama institucional-midiática-golpista, sob o beneplácito da justiça suprema. O governo provisório de Temer, para eles, já não tem o adjetivo de interino, é definitivo. Este governo é resultante de um conluio das forças de direita, conservadoras e fundamentalistas, em proveito dos grandes círculos financeiros e empresariais e por uma plutocracia arrogante. O seu formato responde ao resultado de uma operação institucional de exceção, que descambou para um tipo de golpe parlamentar, apoiado na mobilização midiática da classe média tradicional, convertendo-se em verdadeira eleição indireta, inconstitucional, para presidente da República.
Governo interino sob a hegemonia de Eduardo Cunha
Por isso, a divisão do bolo é feita entre os parlamentares pró-impeachment, porquanto não é um governo eleito nas urnas. O presidente interino deve sua "eleição" a eles, revelando ser um governo heterogêneo, de poderes repartidos, de domínios demarcados, donde Eduardo Cunha, mesmo afastado, mantém sua influência dominante. Com indicações significativas no governo, e no acerto de contas, continua como credor infinito. No Senado, agora na fase de julgamento, esse governo provisório, dependente dos votos dos senadores, controla-os passo a passo para garantir seus dois terços decisivos. Vale tudo pelos dois terços, eis a excrescência indecente. Na visão do governo interino o "julgamento" no Senado é somente uma disputa política cabal. Também o STF aparenta seguir a mesma linha. E, agora, já feita a divisão do botim e com todo poder executivo nacional sob o ditame do "novo" governo, tornar-se-á para eles uma batalha de ganho garantido e definitivo.
No entanto, o governo interino -- que assume despoticamente como se fosse definitivo com grande desenvoltura -- põe em reverso as conquistas avançadas. Como previsto já demonstra mais cedo do que se esperava um retrocesso de décadas e revela sua catadura arbitrária, preconceituosa, odienta. Na condição de usurpador do poder age desmontando o governo anterior sacrificando as conquistas sociais e populares, longe dos avanços culturais e democráticos na sociedade e das conquistas de gênero. Na sua prepotência chega a sitiar a presidenta Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada e limita seu acesso, aplicando-a insólita censura.
A sua equipe econômica do governo interino dita fiscalista, se prepara para um "choque fiscal", ou seja, somente através de corte drástico de despesas, evidentemente atingindo saúde, educação e programas sociais é que pode trazer o crescimento. Indica que tudo pode ser privatizado, volta o conceito de Estado mínimo e desconstituição de uma economia nacional. A política externa vigente de inserção soberana no contexto internacional, integração com os nossos vizinhos da região, parcerias estratégicas em função de um mundo multipolar, vai sendo revertida pela velha política da classe dominante vende-pátria, onde o Brasil volta a ter um papel secundário se realinhando às grandes potências capitalistas-imperialistas.
Presidenta Dilma – símbolo da luta democrática
Em contraste a resistência cresce e se amplia, as manifestações se multiplicam, se estende a frente anti-Temer, incorporando camadas que antes lutavam pelo impeachment da presidenta Dilma. As ruas já são ocupadas por seguidas manifestações contra o golpe. O presidente interino se refugia nos gabinetes em Brasília, enquanto a presidenta Dilma é mais e mais ovacionada nas ruas. Sinal de que algo de podre existe na presidência golpista. Esta demonstra vacilação, recuos, ausência de um rumo definido. Tudo isso se reflete em maior turbulência institucional, provoca maior incerteza em crescentes segmentos da sociedade e, sobretudo, se eleva a repúdio nas fileiras democráticas.
Desnuda-se em face da nova situação a ilegitimidade da operação golpista que derrubou a presidenta Dilma. É uma unanimidade na imprensa internacional, de personalidades em vários países, de presidentes da OEA e da UNASUL, de que a presidenta da República foi apeada do poder por uma via de exceção e negação do Estado democrático de direito. A presidenta Dilma vem se transformando num símbolo da luta pela democracia e vítima de grande injustiça, por que não praticou nenhum crime de corrupção em beneficio próprio, sendo ao reverso condenada por uma horda de detratores, estes sim envolvidos em processos de vários delitos de corrupção. O golpe pode ser revertido, apesar da trama da classe dominante e do grande aparato de poder ao seu dispor.
A volta da presidenta Dilma ao posto presidencial não seria uma simples continuidade. Conforme ela indica seria sustentada pelo programa que a elegeu em 2014, revalidado diante das lições retiradas em um ano e meio de governo e em resposta às exigências atuais, contrastando com a agenda regressiva imposta pelo governo interino. E, acrescento eu, ela se comprometeria em propor um Plebiscito remetendo à decisão do desfecho democrático à soberania popular, que se pronunciaria pelo SIM ou NÃO da antecipação da eleição presidencial. Uma causa justa pela defesa da democracia e do avanço civilizatório, assumida pelo povo, pode vencer a injustiça e o autoritarismo dominantes."
Pensem nisso  enquanto   eu  vos digo  até amanhã.

ONTEM....

Ontem caminhando pelas ruas altas e baixas da cidade... Meus passos quando pisava o solo, parecia que em mim algo me levava para algum lugar...