quarta-feira, 4 de novembro de 2015

TEMPO DE OLHAR PARA DENTRO

 ARTIGO  DE :  RENATA BRUM BIRK - psicóloga e psicanalista em  formação
 TEMPO DE OLHAR PARA  DENTRO
 Imersos  em  um tempo, nomeado de contemporaneidade,  a vida parece  estar pautada  na exterioridade e na  rapidez.Nos  preocupamos em  trabalhar, produzir, ter uma  boa aparência,
um  bom carro  e casa,  andar  na moda,  ou  seja, em ter   coisas  que condizem  com o  tempo.
Ter e  ser  se confundem, e cuidar de si passa   significar parecer  bem.
É  um  tempo  em  que tudo  se esvai  ligeiramente, levando  consigo  o  valor da lentidão necessária
para  ser, para estar  no mundo com um olhar voltado  não  só  para  os acontecimentos externos,  mas também  para os movimentos que se dão  dentro  de si.
Questiono-me por  que temos  tanta  pressa? Podemos  pensar  que seja  pela atribuição que se dá  ao  tempo, mas, se pensarmos um pouco mais  talvez seja  pelo  contra´rio,  pela  desvalorização  do  tempo.
Não  tenho   a pretensão  de dizer,  com isso, que já  vivemos  em  épocas melhores,  apenas  proponho pensar   na singularidade  do momento  cultural  em que estamos.
Quero sublinhar que, se  considerarmos   que somos causa e efeito da cultura em  que  vivemos, podemos  pensar  que  a própria cultura acaba  criando  alguns mecanismos de enfrentamento aos ideais que ela mesma  produz, assim, dando  espaço  para ações como  o Outubro  Rosa.
Ao  meu  ver, o  Outubro Rosa,  assim  como  a psicanálise,trata-se  de  um  convite  para  parar  e olhar  para si  e assim, poder atribuir  um novo destino  e  sentido  ao  tempo que dispomos , pois quando  se pode  olhar, por mais  que doa, pode-se   fazer  algo.
Mesmo que nos despeçamos  do  mês de Outubro, desejo  que  o  convite  de se olhar  permaneça.
Que este mês simbólico  não  caia  na lógica  do consumo  e que não  fique preso  a um  sinal  externo indicando  que  agora  é (sempre)  tempo de  se  olhar  para  dentro.

Pensem  nisso  enquanto  eu  vos digo até amanhã.


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