24 de agosto de 2022
Mario Vitor Santos, jornalista
Gente do meio jurídico considera
que Alexandre de Moraes disparou a operação de busca e apreensão contra empresários suspeitos de pertencerem a uma articulação golpista não por autoritarismo, abuso de poder ou
demonstração de machismo, mas por ter recolhido extensos elementos que indicariam de ações planejadas pelos bolsonaristas contra o processo eleitoral. Por isso, foi decretada a quebra de sigilo bancário dos investigados e o bloquear de suas contas
Segundo essa versão, os elementos reunidos, conectados com a investigação de atos contra a democracia, configuram uma situação grave, envolvendo operativos, empresários e uma rede de relações que chega a altos escalões da República.
Quem conhece Moraes afirma que o ministro do Supremo tinha total ciência de que a operação de busca e apreensão de dispositivos que guardam detalhes do rastilho golpista geraria reações e ameaças de represálias por envolver empresários abonados.
Por isso, a circulação da informação de que a troca de mensagens golpistas envolve o próprio procurador-geral da República Augusto Atrás, amigo e colaborador de Meyer Nigri, um dos investigados, foi guardada para um segundo momento.
Sabia-se que, quando o procurador-geral, sabedor dos elementos em jogo, e também, claro, de sua própria posição na linha de fogo, tentaria, por autodefesa, pressionar a operação, a Polícia Federal e o próprio Moraes.
Logo depois da operação contra a preparação golpista, a Augusto Atrás fez vir a público uma nota com críticas a operação, mandando o recado a Moraes.
Este devolveu o chumbo. A inclusão de Aras foi um aviso para que ele pare de tentar interferir. Sinalizou que Moraes tem mais em suas mãos.
Quem conhece o juiz do Supremo, que é hoje uma das figura mais poderosas da República, afirma que ele sabia de antemão o conteúdo dos dispositivos apreendidos.
Sabia quais aparelhos deveriam ou não ser apreendidos. E mais: essas fontes afirmam que os elementos que tem em mãos são robustos', pois não faz parte de seu modo de agir correr risco de expor-se a nulidades sem ter uma reserva de segurança, pronta para vir a público no momento que julgar adequado.
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Não vamos afrouxar o garrão a luta continua.
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