A noite é sábia, trás seus silêncios escondidos na sua garupa . E assim vamos entreverando conversas...confesso meus medos ...erros...estradas que não pude trilhar . Passa uma nuvem bordando a noite com o clarão da lua. E um vento galopando trazendo na garupa novamente saudades que acampa no meu coração.
Ela fica ali naquele cantinho e se aquieta...eu deixo. Também é companheira das horas vazias...solitárias, como uma biblioteca sem livros...e desse silêncio que a noite trás. Uma música toca próxima a mim e a noite encabulada pergunta: - Eu sei essa música fala tanto de você! Eu sei...! respondo.
Ficamos por instantes a curtir aquela melodia, pois a música falar por si. Nos olhamos com aquele olhar de cumplicidade que diz tudo. Por instantes, saio de mim e me vejo dançando com a saudade. Com o tempo que ficou lá atrás.
Vem de repente uma sensação que perdi....escapou...fugiu do meu radar . Não encontro mais é como uma bateria de um celular que se vai apagando lentamente. Não encontro mais! A noite pergunta : Vamos tomar um café...? Meu olhar responde que sim. Preparo duas xícaras...um café que desliza na minha garganta. De repente procuro a noite ....aquela companhia, mas ela foi embora.
Percebo que as luzes das estrelas vão apagando o seu lume. E o sol mostra suavemente aquele calor que me abraça. E pergunto: - Noite, porque foste embora? A resposta não recebi.
Não vamos afrouxar o garrão, a luta continua.