quinta-feira, 29 de setembro de 2022

OS LIVROS COMO ARMA DE COMBATE A IGNORÂNCIA E AO ÓDIO

Somente com manifestações culturais e livros acessíveis é possível realizar uma grande luta contra a ignorância.
MARILZA DE MELO FOUCHER, Economista e jornalista. Colabora  com o Brasil 247, é colaboradora e blogueira do Mediapart em Paris

27de setembro de 2022

A campanha para a Presidência do Brasil em 2022 vai se encerrando com uma boa carga de otimismo entre os que anseiam pela mudança, apesar das ameaças que pesam sobre a frágil democracia brasileira.
Destaca-se,  nesse  momento eleitoral, a grande mobilização cultural em prol do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lula. O Brasil com sua dimensão continental  foi tomado por um ativismo cultural, tanto presencial como virtual, ostentando um nível de criatividade sem igual. A meu ver, esta campanha foi tão importante e mobilizadora quanto a primeira campanha que levou Lula a Presidência, em 2002. Constata-se, atualmente, que todos os integrantes do campo de ação educacional e cultural, entraram na campanha pro-Lula. Seja na música, no teatro, no cinema, na literatura , nunca se viu tanto engajamento e vontade de contribuir para reforçar um posicionamento. Os humoristas nos surpreenderam e fizeram rir milhões de brasileiros. O deboche inteligente do humor demonstrou o quanto ele foi útil para ridicularizar o ódio, os comportamentos irracionais que tanto mal vem causando a sociedade brasileira.
A corrente de solidariedade ao Lula, manifesta por meios culturais trouxe a política para habitar o quotidiano dos brasileiros de modo positivo, resgatando seu sentido nobre. A política tão desacreditada nesses últimos tempos floresceu de várias formas e os representantes dos diversos setores culturais demonstraram que somos capazes de vencer a barbárie, os professores se transformaram em verdadeiros agentes eleitorais de Lula.
Nesse contexto de criatividade cultural e política os livros voltaram a cena nacional, as estantes da sabedoria festejam a dança de edições nas mãos dos leitores e leitoras. A tendência já aparerecia desde 2021. Segundo informações coletadas no Google foram vendidos 55 milhões de livros no Brasil, um crescimento de quase 30% em comparação com o ano anterior.
Os livros estão sendo utilizados como armas de paz para vencer a ignorância dos detentores do poder central, que preferem armar o povo e cultivar a ignorância para melhor o manipular. 
Muitos livros foram publicados e voltam a ser a principal fonte cultural de nossa sociedade, como uma espécie de modelo social do bem comum. As redes sociais foram invadidas por livros, a brincadeira de postar 13 livros, de preferência de capas vermelhas continua circulando, sendo um dos grandes sucessos nessa reta final de campanha.
Diante do estado de expectativa em que vive o Brasil, a leitura de livros e artigos têm tudo um efeito positivo para reduzir nosso estado de estresse e ansiedade. Sabemos o quanto a leitura de um romance, por exemplo, pode simplesmente nos transportar para outra dimensão e pode também nos distrair. Além disso, para minha geração que passou dos 70 anos, a leitura  ajuda a combater o envelhecimento cerebral, a melhorar a memória, a empatia, a imaginação. Também permite fazer uma pausa para a gente pensar na continuidade de nossa vida 
Nunca a leitura foi tão estimulada nesta campanha. O Lula que foi preso injustamente, detido quase dois anos na prisão, sempre fala o quanto a leitura lhe ajudou a enfrentar esta injustiça com dignidade, o quanto ela ajudou no seu desenvolvimento pessoal e ampliação de seu saber.
Nesse sentido, percebe-se que a leitura tem um impacto positivo nas mentes e corações.
As políticas públicas dos governos Lula e Dilma para a edição e distribuição de livros, a organização das bibliotecas eram discutidas, construídas e avaliadas por todo o segmento da denominada cadeia produtiva do livro, bem como por amplos setores da sociedade, em um período de convivência democrática baseada na diversidade. Existia um clamor por da sociedade civil expresso sob a forma de quero mais, exigindo uma implementação imediata de medidas educativas e culturais. No passado, o embate com o poder legislativo era forte. Muitos parlamentares da oposição pensavam que investir na cultura era luxo. Mesmo assim, houve uma efervescência da cultura nacional.
Hoje o poder executivo sobe o comando supremo da ignorância retira incentivos a cultura e busca limitar o acesso a livros, dando preferência a armas. As editoras brasileiras estão sem estímulo fiscal, muitas já fecharam suas portas. Infelizmente , não existem mais mecenas para fazer doações, pois o vírus da ignorância se espalhou pelo Brasil.
É importante seguir o exemplo do grande escritor espanhol Federico Garcia Lorca que logo depois de ter um reconhecimento no seu ofício de escrita ofereceu aos moradores uma biblioteca no lugarejo em que nasceu,Fuente Vaqueros. Na inauguração, fez um discurso belíssimo que reli recentemente, pregando o combate a ignorância.
Somente com manifestações culturais e livros acessíveis é possível realizar uma grande luta contra a ignorância. E Lorca acrescenta em seu discurso de inauguração: " A ignorância é terrível e já sabemos que onde há ignorância é muito fácil confundir o mal com o bem e a verdade  com a mentira". Hoje o Brasil é o exemplo mais flagrante!
Eu termino com a frase de um ex-ministro francês Leonel Jospim: " A cultura é a alma da democracia". E será pelos segmentos distintos da cultura brasileira  que a ignorância terá sua derrota, elegendo Lula como Presidente do Brasil.

Esse artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Não vamos afrouxar o garrão a luta continua .



sexta-feira, 9 de setembro de 2022

UM PAÍS COM SUAS CASTAS E PRIVILÉGIOS

O Brasil está a alguns dias do primeiro turno de uma eleição presidencial,para governador, senador, deputados Federal e Estadual. Não vejo nenhuma discussão séria em relação aos problemas que o Brasil enfrenta,em seu tecido social,sua economia,desemprego,emprego, e tantos e outros problemas. Há sim, uma lama que derrama,fluindo sobre todos nós e o principal não se debate.Os debates para presidente principalmente não empolgam o cidadão seja ele de que escala social seja. Há uma baixaria chula,nas discussões,mentiras,e outras cositas más, que deixa o eleitor cada vez mais de cabelo em pé. O eleitor,aquele que vai decidir em quem votar está confuso, amendrontado,inseguro,o futuro é uma roleta russa. O BRASIL é um país hoje, de castas,uma casta privilegiada em muitos setores da vida brasileira, que não quer perder suas regalias,pois muitos se locupletam nas hostes de governos,para manter "o seu" intocável. No outro lado uma classe que passa fome,sem eira e nem beira, esquecida de há muito,sendo iludida nas mentiras pelo poder posto de hoje. É um momento de muita reflexão que devemos ter e a capacidade ao menos de pensar,repensar que país é esse,que futuro virá com o nosso voto. Somos um país onde uma casta abastada não quer "perder o osso suculento de seus privilégios". É essa encruzilhada que cada um de nós deveremos enfrentar, porque dessa etapa, desse tranpor pra frente,dependerá aquilo que almejamos. Se queremos que algo mude não podemos ficar inertes vendo simplesmente a banda passar,temos que estar dentro do processo, buscando na luta diária,preparados para podermos jogar o jogo,mas na real não coadjuvantes e sim protagonistas. Não vamos afrouxar o garrão, a luta continua.

ONTEM....

Ontem caminhando pelas ruas altas e baixas da cidade... Meus passos quando pisava o solo, parecia que em mim algo me levava para algum lugar...