terça-feira, 28 de novembro de 2017

BARROCAL: como Tacla Durán vai pegar amigão do Moro

Advogado espanhol dará depoimento à CPI no dia 30


publicado 27/11/2017
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Carlos Zucolotto (à esquerda) e Moro tietam Samuel Rosa, do Skank (Reprodução: Carta Capital)


Por André Barrocal, na Carta Capital:

A prova que Tacla Durán diz ter da negociação com amigo de Moro


"Um personagem misterioso prestará à CPI da JBS na quinta-feira 30 um depoimento que promete emoções. Não que tenha algo a dizer sobre o frigorífico que atazana a vida do presidente Michel Temer, motivo da criação da comissão parlamentar de inquérito. Seus alvos são outros: a República de Curitiba e a Odebrecht.

À CPI, Rodrigo Tacla Durán dará seu primeiro depoimento formal a alguma autoridade brasileira, apesar de ser um dos investigados da Operação Lava Jato.

O advogado de 44 anos trabalhou para a Odebrecht de 2011 a 2016 e é acusado pelo Ministério Público de participar de esquemas de lavagem de dinheiro e pagamento de propina. Foi preso em novembro de 2016, na 36a fase da Lava Jato, por ordem do juiz Sergio Moro.

Como tem cidadania espanhola, já estava na Europa, pois se sabia investigado, e foi capturado pela Interpol. Saiu da prisão em janeiro deste ano e, em julho, conseguiu que a Justiça da Espanha negasse sua extradição. É tratado por Moro e a força-tarefa como “foragido”.

Durán negociou uma delação com o MP, porém não chegou a assiná-la, pois teria de confessar crimes que, segundo diz, não cometeu. E aí foi para o ataque, com acusações aos métodos da força-tarefa, suspeitas sobre Moro e denúncias de uma “indústria da delação” em Curitiba.

Pelo que ele explica, recorreu a uma “panela” de advogados em Curitiba para conseguir facilidades junto ao MP ao negociar a delação. O escolhido para negociar em seu nome foi o advogado Carlos Zucolotto Jr., padrinho de casamento de Moro e sócio de uma banca que já teve a esposa do juiz, Rosângela.

Zucolotto tinha sido correspondente do escritório de Durán em Curitiba. Sua entrada em cena teria conseguido baixar de 15 milhões para 5 milhões de reais a multa que a força-tarefa queria de Durán em uma delação. A redução teria sido costurada na base de grana, 5 milhões.

Durán afirma ter duas provas dos contatos e dos resultados da ação de Zucolotto, que nega tudo. Uma das provas é uma conversa tida por eles pelo celular através do aplicativo Wicker, que destrói as mensagens assim que estas são lidas. Ele fotografou a conversa e a submeteu a uma perícia.

CartaCapital teve acesso ao conteúdo alegado da conversa, que está reproduzido em um livro que Durán prepara, intitulado por ora de Testemunho - O que sei sobre Odebrecht e a Operação Lava Jato.



A ocorrência dos contatos entre Durán e Moro já havia sido noticiada pela Folha, em agosto. Na época, Moro divulgou nota a chamar de “absolutamente falsa” a afirmação do “foragido” de que Zucolotto teria lhe ajudado. Para o juiz, o nome de seu amigo foi usado “para denegrir-me”.

A outra prova da intermediação de Zucolotto seria um e-mail enviado à defesa de Durán por três procuradores da força-tarefa, Carlos Fernando do Santos Lima, Roberson Pozzobon e Julio Noronha, com uma minuta de acordo de delação.

Nessa minuta, segundo Durán, haveria uma pista sobre os 5 milhões de reais que seriam usados para azeitar o acordo. A multa de 15 milhões seria paga com o dinheiro de uma conta sabidamente sem fundos. Nesse caso, a multa ficaria automaticamente reduzida a 5 milhões.

Na nota de agosto, Moro também defende o MP das alegações de Durán. “Nenhum dos membros do Ministério Público Federal da força-tarefa em Curitiba confirmou qualquer contato do referido advogado sobre o referido assunto ou sobre qualquer outro, porque de fato não ocorreu qualquer contato.”

Pelo que Durán explica, a delação da Odebrecht seria praticamente uma fraude, construída dessa forma com a cumplicidade da força-tarefa de Curitiba.

A empreiteira revelou somente sobre uma das contas utilizadas para pagar “por fora” o casal de marqueteiros João Santana e Monica Moura, a Shellbill. A dupla receberia dinheiro por outras três contas também, a Deltora Entreprise Group, a Zeal e a Nicolas Sawne Barake.

Outra informação pela metade, conforme o advogado: ao abrir o jogo sobre seu sistema eletrônico usado para gerenciar o pagamento de propinas, a Odebrecht falou apenas do Drousys, mas preservou das vistas da Justiça e do MP aquele que seria o sistema completo da propinagem, o My Web Day. Este último conteria informações até do suborno a juízes.

Será que existe mesmo? Se sim e nos termos de Duran, ao escondê-lo da Justiça a Odebrecht conseguiu preservar um bocado de capital político para o dia em que se livrar dos processos. Seus executivos já cumprem pena em decorrência da delação.

A fonte das informações prestadas pela Odebrecht na delação é de fato um mistério, mesmo no caso do Drousys. No acordo de delação, há uma cláusula que permite ao MP guardar o sistema para si e negar o acesso a quem quer que seja.

Trata-se da cláusula 2 do anexo, que diz: “O órgão custodiante dos Sistemas no âmbito do MPF será a Procuradoria-Geral da República, à qual caberá: ...” E, no item IV da cláusula: “Não autorizar o fornecimento de cópia integral dos Sistemas a terceiros”.

A defesa do ex-presidente Lula, por exemplo, tenta sem sucesso ter acesso a todos os sistemas de propinagem, já que no processo sobre o sítio de Atibaia há acusações odebrechtianas. No início do mês, pediu a Moro para que Durán fosse ouvido, mas o juiz negou.

“Nós, da defesa do presidente Lula, queremos abrir o My Web Day. Temos certeza de que o nome dele não está lá”, afirma o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), membro da CPI da JBS.

No fim de outubro, Pimenta esteve com Durán na Espanha, juntamente com o deputado Wadih Damous (PT-RJ), a negociar o depoimento do advogado por videoconferência.

A dupla petista gravou conversa de 1 hora e 10 minutos com o advogado e, na volta ao Brasil, protocolou seu conteúdo nos arquivos da CPI. Foi com base na gravação que o comando da comissão marcou o depoimento para o dia 30."
Pensem   nisso   enquanto  eu  vos digo até  amanhã.

REFERENDO SOBRE PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRÁS

UM MINISTÉRIO PÚBLICO QUE ENVERGONHA


É de ter vergonha do Ministério Público



Reprodução

"Sem mais, nem menos, eis que o programa "Fantástico" da Rede Globo exibe imagens de Sérgio Cabral e Garotinho, ex-governadores do Rio de Janeiro, na prisão em que se encontram. Presos estão, sem culpa formada, porque seriam, ao ver de juízes deformados pela tal "opinião pública", tão perigosos quanto Hannibal Lecter, o assassino serial engaiolado no filme "O silêncio dos inocentes".
As imagens dos políticos preventivamente presos teriam sido obtidas com apoio imprescindível de membros do Ministério Público do Rio de Janeiro, aquela mesma instituição que convidou Kim Kataguiri para palestrar sobre "bandidolatria". Desviaram-se criminosamente de sua função de fiscalizadores da execução penal para exporem a intimidade de pessoas presas preventivamente.
Há algo de muito doentio com nossas instituições persecutórias, aí incluído o judiciário com competência penal, porque há muito deixou de ser isento para comungar, com o ministério público e a polícia, a cosmovisão falso-moralista e punitivista. Hoje, quem cai nas garras dessa troika, que não espere justiça. Não espere imparcialidade. Saiba que corre o risco de ser exposto, junto com sua família, à execração pública, conduzido de baraço e pregão diante das câmeras de televisão. Pouco interessa se o caso contra si é frágil ou forte; a gravidade da acusação que pesa é medida pela audiência que possa ser atraída, composta de um público cúpido em se deleitar com a desgraça alheia. Se o suspeito exposto é uma personalidade pública, a audiência vai ao delírio, para regozijo da mídia e, sobretudo, dos meganhas travestidos de juízes, promotores e investigadores.
A Schadenfreude virou sentimento legítimo. Nunca, depois do iluminismo, se festejou tanto, nestas terras, o suplício exposto de alvejados pelo sistema persecutório, quanto nos dias atuais, em tempos de Lava-Jato. Falta só amarrá-los na roda e esquartejá-los em praça pública. E a massa celerada ovaciona o ministério público que lhe proporciona tamanho show. Pouco lhe interessa que o próximo a cair nas malhas dessa instituição sem freio e sem critério pode ser cada um daqueles que ali estão em espasmódico orgasmo de ira descontrolada. Porque, para virar alvo de promotores ou procuradores falso-moralistas e redentoristas, basta estar no lugar errado, na hora errada.
E, em tempos de Lava-Jato, os Dallagnóis da vida assumem abertamente que "sem exposição" não seria possível responsabilizar os alvos de sua sacrossanta operação. Na falta de provas, de argumento técnico, o delírio das massas legitima a repressão. Por isso anunciam, para sua audiência de sádicos psicopatas, que 2018 será o ano da "batalha final" da Lava-Jato, um clímax imperdível, a coincidir com as eleições gerais e, claro, com prometido potencial de influenciá-la em proveito de quem, por juizecos e promotorecos, são tidos como merecedores da confiança popular.
Não escondem que o teatro sórdido montado contra personagens de visibilidade tem finalidade política. Depois de terem virado heróis nacionais por força de midiática atuação à margem da Constituição e das leis processuais, querem se assenhorar do Estado como um todo, avalizando, ou não, quem se candidate a cargo eletivo. Cria-se, assim, o index personarum prohibitorum do ministério público.
Resta-nos prantear essa instituição, que traiu sua mui promissora missão constitucional de promotora dos valores democráticos e dos direitos fundamentais, para se tornar um cínico verdugo a buscar aplauso de uma gentalha embrutecida, sem escrúpulos. Tudo em nome de um primitivo conceito de moralidade que não se sustenta diante dos abusos cometidos, da ambição desmedida e da ganância por desproporcionais vantagens pela função mal e conspiratoriamente exercida.
Triste fim do ministério público a que pertenci em atividade com tanta honra. Vulgarizou-se. Amesquinhou-se. Tornou-se um trambolho, um estorvo para as forças democráticas deste país. Gordo e autossuficiente, deleita-se no seu bem-estar, sem preocupação com milhares de brasileiras e de brasileiros impactados pela baderna política e econômica que causaram; brasileiras e brasileiros que não moram no Lago Sul de Brasília, não moram em Ipanema ou no Leblon do Rio de Janeiro e nem nos Jardins de São Paulo. Não têm recursos para planos de saúde eficientes que nem o Plan-Assiste do Ministério Público da União e nem para colocar filhos em escola privada. Será que os promotorezinhos e os procuradorezinhos pensam que essa população se alimenta de blá-blá-blá moralista? Acabaram os empregos, acabaram-se os direitos — "MAS temos o combate à corrupção!" É esse discurso que vai encher a barriga dos que foram esmagados pelo golpe do "mercado" e de seus interesseiros lacaios? Não acredito...
Um ministério público que precisa de aplauso para trabalhar descarrilhou. A repressão penal, lembra Foucault, por tangenciar perigosamente os fundamentos do Estado democrático de Direito e toda nossa autocompreensão civilizatória, precisa ser levada a efeito, em nossos dias, com discrição e até certa vergonha. Porque se houve grave lesão a bem jurídico fundamental, foi todo o sistema de prevenção que falhou. Falhou a educação, falhou a vigilância, falharam os legisladores e falhou a própria justiça que não soube cumprir seu papel de exemplo.
Claro que é muito mais fácil apontar para um culpado e extirpá-lo para deleite de um público que se diz ofendido, do que perquirir as causas do comportamento desviante e propor medidas concretas para seu enfrentamento, que não seja mais repressão midiática. Mas, preguiçoso trabalha dobrado. A sociedade que se contenta com o atalho da persecução penal e festeja seus verdugos não superará seus vícios, mas afundará na barbaridade e na ignorância e, por isso, será o terreno fértil para aproveitadores inescrupulosos. A corrupção não diminuirá, apenas se organizará para driblar os falso-moralistas. E um dia inexoravelmente cairá a máscara desse ministério público que nada fez a não ser barulho e tanto nos envergonha. Trabalharemos dobrado para nos desvencilharmos desse trambolho e enfrentarmos seriamente a tal corrupção."

Pensem  nisso   enquanto  eu  vos  digo  até  amanhã.

domingo, 26 de novembro de 2017

OS JORNALISTAS APOIADORES DO GOLPE

A lista dos jornalistas que apoiaram o golpe e hoje fingem que descobriram agora que Temer é um lixo. Por Zambarda

 

Sardenberg, Noblat e Míriam: que papel
"A grande imprensa empenhou seus jornalistas na venda de que o impeachment de Dilma era sinal de que as instituições estavam funcionando.
Boa parte deles hoje diz o contrário de ontem.
É verdade que alguns ainda orgulhosamente apoiam o golpe, como é o caso de Reinaldo Azevedo e outros da extrema-direita. Mas boa parte dos profissionais do Grupo Globo, que recentemente demitiu gente com décadas da casa, parece ter caído em si.
Não é bom senso. É porque o patrão mandou.
Fizemos uma seleção de colunistas do golpe que resolveram parecer surpresos diante daquele sujeito que eles ajudaram botar no poder.
1. Míriam Leitão
No dia 19 de outubro, Míriam Leitão publicou um texto chamado “Quanto custa”, perguntando se ainda vale a pena manter o governo Michel Temer no poder.
A repercussão fez a Secretaria de Comunicação do presidente mandar uma resposta no mesmo dia, jogando a culpa da atual crise política em Rodrigo Janot.
No dia 22, Míriam chamou a portaria de muda a legislação sobre o trabalho escravo de “viagem ao passado” e afirmou, dois dias depois, que “as manobras de Temer para manter-se no cargo corroem a confiança na economia”.
Colunista econômica que mais atacou o governo Dilma Rousseff e a Petrobras, Míriam afirmou no seu blog no Globo em 2015 que as pedaladas não foram para beneficiar programas sociais, mas para “ricos através de subsídios do BNDES”. Ela chegou a publicar em seu site que a contabilidade fiscal seria “destrutiva”.
Míriam demorou a acordar.
Iniciado o governo Temer, Leitão publicou que o “pior ficou pelo retrovisor”. Insistiu na tese de que a economia apresentou sinais de melhora, embora o nível de desemprego ainda atingisse 14 milhões de brasileiros.
Agora, a jornalista global acusa o próprio Michel Temer de “abandonar a agenda das reformas”, de gastar muito dinheiro público e de ser um presidente que mantém uma “conta imensa” pra permanecer no poder.
Quanto custa manter Míriam no poder?
2. Ricardo Noblat
Quando Michel Temer assumiu, Ricardo Noblat foi integrante de um Roda Viva especial com o presidente primoroso em perguntas lambe saco.
Chamou Temer de “senhor elegante” pelo Twitter e perguntou quando ele tinha conhecido Marcela, rendendo muitos memes na internet.
Com as denúncias de Joesley Batista na delação da JBS, Noblat chegou a publicar uma barriga no Globo de que Michel Temer renunciaria ao cargo. Depois do furo que virou furada, publicou no dia 23 de outubro o texto “O preço de manter Temer”.
No texto, acusa o presidente de ter “ambição desmedida, ausência de escrúpulos e oportunismo infame” ao tentar aprovar uma portaria que revoga a atual legislação de trabalho escravo. Diz que o Brasil levou mais de 100 anos para firmar um pacto “contra o monstruoso” crime da escravidão.
Temer estava na festinha de 50 anos de jornalismo de Noblat. Fingir que não conhecia o homem é chamar os leitores de bobos. O que, convenhamos, não é um problema para o sujeito.
3. Merval Pereira
O imortal  publicou no dia 24 de setembro que só agora a “democracia está em xeque”, falando do perigo do uso das Forças Armadas e do caos armado no Rio de Janeiro.
O colunista também deu repercussão às denúncias de Joesley Batista e da JBS, que atingiram o núcleo duro do PMDB. Merval Pereira, no entanto, continua obcecado com o lado que perdeu. Diz que Lula está frito se a Justiça agir da mesma forma que julgou José Dirceu.
No dia 31 de agosto de 2016, afirmou que o PT estava no “fim da linha”. Disse que “narrativa do golpe” do partido não colava mais pois estava “começando a se desfazer”. Ainda escreveu que Jose Miguel Vivanco, presidente da Human Rights Watch, disse que os brasileiros devem ficar “orgulhosos” de um processo de impeachment na “normalidade democrática”.
Para dar uma força a Michel Temer no começo da gestão, Merval Pereira chamou o fim do governo Dilma de “gestão caótica”. E o colunista do Globo defendeu que o presidente deveria exibir isso para fazer as reformas econômicas necessárias.
Parece que nem a “normalidade democrática” e nem as reformas duraram. E nada do imortal fazer um mea-culpa pelo apoio que ele próprio, Merval, deu ao governo Temer inicialmente.
4. Carlos Alberto Sardenberg
Guru da economia do grupo da família Marinho, Sardenberg ficou imortalizado por seus gráficos exagerados no Jornal da Globo de Waack, sempre atacando Dilma e o PT, e do otimismo com Temer no começo do governo. Agora, a roubalheira está tão no ar que até ele virou-se contra quem iria salvar o Brasil da corrupção.
Com a delação de Josley, Carlos Alberto Sardenberg sacramentou que a “calmaria acabou” e fez diversas colunas no jornal O Globocondenando o assalto aos cofres públicos feito por Michel Temer. Afirmou em julho que “reforma com corrupção não funciona”.
Mesmo com o parecer da CPI afirmando que não há rombo na Previdência, Sardenberg continua apoiando as reformas. Talvez ele nem saiba direito sobre o que está falando.
5. Time da GloboNews
Renata Lo Prete, Cristiana Lôbo, Gerson Camarotti, Leilane Neubarth e Andreia Sadi agora denunciam com afinco as denúncias sobre os dólares de Geddel Vieira Lima e a corrupção do PMDB.
O canal informativo da Globo omite o apoio que deu aos protestos do MBL de Kim Kataguiri. Chegou a exibir o pato amarelo inflado em todo o seu horário de noticiário, dando um espaço minúsculo para manifestações de esquerda.
Entre todos os âncoras e comentaristas, Camarotti lembrou em seu blog no G1 que Dilma “já estava inviabilizada por falta de governabilidade”. No dia seguinte do impeachment, em 1º de setembro de 2016, Gerson Camarotti classificou a fala da ex-presidente como “discurso de guerra”. O mesmo apresentador da GloboNews também afirmou naqueles dias o vermelho e a estrela, cores e símbolos do PT, estavam em baixa nas eleições.
Um ano depois, o Partido dos Trabalhadores é o que mais cresce no Brasil em número de filiados, enquanto o PMDB e o PSDB são os mais rejeitados. Lo Prete e Cristiana Lôbo repercutem os “furos” e comentários de Camarotti diretamente de Brasília.
6. William Waack
Embora não tenha escondido o sorriso quando Lula foi condenado a nove anos e meio de prisão em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, Waack agora nos brinda no final de noite com denúncias envolvendo Michel Temer.
Ele ainda torce pelo governo Maurício Macri na Argentina, mesmo com a vitória da ex-presidente Cristina Kirchner para o Senado, mas parece ter perdido as esperanças com o governo brasileiro.
7. Arnaldo Jabor
Depois de anos dedicado aos ataques contra lulopetismo, somente agora os ouvintes de Jabor na CBN descobrem que existe corrupção no governo Temer e por parte de tucanos como Aécio Neves. O próprio Jabor condenou a atitude do Senado ao “barrar a Lava Jato” salvando a pele de Aécio.
8. Diego Escosteguy
Responsável por divulgar vazamentos das operações da Polícia Federal e decisões do juiz Sergio Moro, Escosteguy até agora não conseguiu explicar como entrevistou Eduardo Cunha fora de “qualquer local do sistema prisional”, segundo ele mesmo.
Em março de 2016, Escosteguy antecipou com sadismo em sua conta no Twitter a condução coercitiva do ex-presidente Lula em São Bernardo do Campo.
No especial da Época sobre o impeachment, o jornalista acusou Dilma de fazer “discurso moralista” ao denunciar o golpe. Tratou a turbulência política como uma “falha de comunicação” da ex-presidente Dilma Rousseff com aliados e ex-aliados.
Hoje ele questiona os erros do STF e continua dando show no Twitter, tratando seus seguidores como plateia de leilão de gado. Depois de tudo, é mandado para “novos desafios” por seus donos. A vida não é justa."
Pensem  nisso   enquanto  eu  vos digo até  amanhã.

sábado, 25 de novembro de 2017

DENÚNCIA CONTRA A GLOBO

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

NOSSO BRASIL É ASSIM, DE HERDEIROS


Nosso país de herdeiros


"Para encerrar: era uma vez um país que não queria se enxergar apesar de todos os espelhos que lhe eram oferecidos. Esse país se chama obviamente Brasil. A última lente que lhe foi apresentada tem um nome sugestivo: “A distância que nos une, um retrato das desigualdades brasileiras”. É um produto da Oxfam, entidade internacional que escancara os fossos mundiais entre ricos e pobres. O Brasil é um dos países onde menos se paga imposto sobre heranças. Para não deixar dúvidas nem angústias: “Em São Paulo, a alíquota do imposto sobre herança é de 4%. No Reino Unido, ela alcança 40%”. Comunistas? Não.
Pragmáticos. Nós é que somos originais: “A posse de jatos, helicópteros, iates e lanchas não incorre no pagamento de nenhum tributo por seus proprietários, enquanto os veículos terrestres requerem pagamento do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA)”. Deve fazer sentido, não? Mas qual? Mistério. O agronegócio também recebe seus presentinhos: “A despeito do País ter uma porção de terra cultivada de cerca de 300 milhões de hectares, 35% de todo o território nacional, o valor arrecadado com o Imposto Territorial Rural (ITR) representa menos de 0,06% do total arrecadado pelo Estado Brasileiro”. O calote ainda em torno de R$ 30 bilhões. Detalhe para reflexão matutina: “Apenas 9% dos estabelecimentos acessam 70% de todos os recursos públicos destinados à produção agropecuária”. O bolo não é para todos. Há estômagos bem maiores.
Outro capítulo comovente é da sonegação de impostos: R$ 275 bilhões em 2016. Ao que se soma a generosidade das renúncias fiscais: R$ 271 bilhões no ano passado. Total perdido: R$ 546 bilhões. Só tem um jeito de cobrir esse rombo: reformando a Previdência para tirar “privilégios” de quem ganha até R$ 5 mil e fazer trabalhar mais esses jovens nordestinos de 60 anos bem vividos. Quantos truques existem para se driblar a receita federal? Tem um chamado de “juros sobre capital próprio”, criado também na era FHC, em 1995. A empresa pega dinheiro emprestado com seus sócios e acionistas e paga-lhes juros antes da declaração anual ao fisco. Claro que desconta esse pagamento da base de cálculo dos impostos. É uma finta. Drible de bolso. E lá se vão mais uns R$ 60 bilhões por ano. Chegamos aos R$ 600 bilhões.
Resta encontrar outros gastos para chicotear. A culpa é do INSS, das políticas sociais exageradas, do assistencialismo e dos “privilégios” das aposentadorias fáceis, caras e precoces. Tudo isso é reflexo de história de exclusão e desigualdades reproduzidas secularmente. Fica o recado geral da Oxfam para este país que se compraz na opacidade, no parasitismo e no preconceito: “Não só há discriminação negativa contra negros e mulheres dentro das mesmas faixas educacionais, mas também com as mesmas profissionais. Negros e mulheres estão concentrados em carreiras com menor remuneração, e tendem a ganhar menos que os brancos e homens mesmo nessas carreiras. Um médico negro ganha, em média, 88% do que ganha um médico branco”.
Como disse Caetano Veloso, o problema do Brasil não é homem pelado em exposição de museu, mas a desigualdade social. Obscena."

Pensem  nisso   enquanto  eu  vos  digo  até  amanhã.

UM CANALHA CHAMADO BRASIL


Nosso país canalha


"Vale repetir: era uma vez um país que não queria se enxergar apesar de todos os espelhos que lhe eram oferecidos. Esse país se chama obviamente Brasil. A última lente que lhe foi apresentada tem um nome sugestivo: “A distância que nos une, um retrato das desigualdades brasileiras”. É um produto da Oxfam, entidade internacional que escancara os fossos mundiais entre ricos e pobres. Ponto um, “50% da população brasileira possui cerca de 3% da riqueza total do país”. Compare, caro e ilustrado leitor, com Alemanha, Suécia e Dinamarca.
Era uma vez um país de herdeiros: “Do total dos bilionários brasileiros, metade herdou patrimônio da família”. Era uma vez um país de latifúndios: “No Brasil, não há limites para o tamanho de propriedades, existindo fazenda maiores que 150 mil hectares, o tamanho do município de São Paulo”. Era uma vez um país no qual a desigualdade vem pelo cano: “No caso da cobertura de esgoto, ela abrange 80% dos 5% mais ricos, porém, cai para menos de 25% se observados os 5% mais pobres”. Era uma vez um país onde até a morte faz diferença entre ricos e pobres: “Dados mais recentes dão conta de que em Cidade Tiradentes, bairro da periferia de São Paulo, a idade média ao morrer é de 54 anos, 25 a menos do que no distrito de Pinheiros, onde ela é de 79 anos”. Nada disso é obra do acaso. Não.
É obra de governos de elite. Vai continuar: “Em 2015, a pobreza voltou a crescer, quebrando uma sequência de cerca de dez anos de queda contínua”. Onde a desigualdade se apoia? Por exemplo, na tributação. Nosso sistema é regressivo: mais ricos pagam menos impostos. Segura essa, ilustrado leitor: “Pessoas que ganham 320 salários mínimos mensais pagam uma alíquota efetiva de imposto (ou seja, aquela realmente paga após descontos, deduções e isenções) similar à de quem ganha cinco salários mensais e quatro vezes menor em comparação com declarantes de rendimentos mensais de 15 a 40 salários mínimos”. É a política de cota tributária para os pobres super-ricos.
Fica assim: “A progressividade das alíquotas efetivas cresce até a faixa dos 20 a 40 salários mínimos de rendimento, passando a partir daí a cair vertiginosamente”. Eu pago o mesmo que Gerdau e não vou ao Carf. Desde 1996, auge da era FHC, os muitos ricos vivem no paraíso: não pagam imposto de renda sobre lucros e dividendos de suas empresas. Só Brasil e Estônia praticam essa generosidade. Definição: “Lucros e dividendos são justamente os salários dos super-ricos”. Em 2016, pessoas ganhando mais do que 80 salários mínimos tiveram isenção média de “66% de impostos, podendo chegar a 70% para rendimentos superiores a 320 salários mínimos mensais”. Já as isenções para quem recebe de um a três salários mínimos não passam de 9%, indo a 17% até 20 salários mínimos. Sem dúvida, os super-ricos precisam de cuidados especiais.
Feitas as contas, os “10% mais pobres do Brasil gastam 32% de sua renda em tributos”, incluindo os indiretos, enquanto os 10% mais ricos não vão além dos 21%. Arremate: “Três em cada quatro brasileiros que estão na faixa dos 10% mais pobres – a que mais gasta com tributos – são negros e mais da metade são mulheres”. Rico precisa de ajuda."

Pensem    nisso  enquanto  eu  vos  digo  até  amanhã.


ONTEM....

Ontem caminhando pelas ruas altas e baixas da cidade... Meus passos quando pisava o solo, parecia que em mim algo me levava para algum lugar...